Operação Reconhecimento: O que fazem os Papiloscopistas?

22/04/2021 24/04/2021 22:26 3112 visualizações

Quando o assunto é IDENTIFICAÇÃO HUMANA, eles atuam diretamente com as impressões digitais e com a face. Pode ser que você ainda não conheça essa função, mas carrega o trabalho desses profissionais em seu rosto, mãos e pés. Hoje, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Tocantins (SINPOL-TO) vem esclarecer as atribuições e homenagear este cargo tão importante desempenhado pelos Papiloscopistas da Polícia Civil do Tocantins.

As atribuições deste cargo são determinadas pela Lei 1.545, de 30 de dezembro de 2004, que estabelece que o Papiloscopista deva realizar a identificação humana através das biometrias da face e das impressões digitais, atuando em duas grandes áreas: a civil responsável por emitir as carteiras de identidades e certidões de antecedentes criminais à população e a criminal que atua em locais de crimes no levantamento de vestígios de fragmentos papilares, na busca ativa de desaparecidos, identificação de cadáveres ignorados, desempenha a representação facial humana, confeccionando retrato falado, comparação facial humana, projeções de rejuvenescimento, envelhecimento e de disfarces; entre outras ocupações.

E o que é preciso para se tornar um Papiloscopista?

No Tocantins, este cargo é previsto na Lei nº 3.461, de 25 de abril de 2019 que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores da Polícia Civil do Estado do Tocantins. Para a investidura na função de Papiloscopista é necessário curso superior (em qualquer área) e a aprovação no curso técnico profissional e em todas as fases submetidas por concurso público.

Amor pela profissão

Lotada na Diretoria de Papiloscopia, desde 2003, em Palmas, ano em que ingressou na PC/TO, Elaine da Silva Monteiro Tonon, que hoje ocupa o cargo de Supervisora de Identificação, afirma ser completamente apaixonada pela profissão e se tivesse que escolher novamente tomaria a mesma decisão, pois segundo ela, a Papiloscopia é a ciência que permite trazer cidadania às pessoas e garantir os direitos civis através da identificação humana.

Ao relatar a sua história no cargo, Elaine destaca um momento que foi divisor de águas: ao assumir a Supervisão de Identificação. “Junto com a equipe de Papiloscopistas pudemos ter resultados notórios na área fim da Papiloscopia, como o aumento de laudos positivados em casos de repercussão. Ver o nosso trabalho ser resolutivo na prática, atendendo de fato a sociedade é algo que nos motiva a cada dia, não tem nada mais emocionante do que dar a resposta à família que busca alguém desaparecido ou quando a perícia papiloscópica aponta a autoria de um delito”, afirma.

Ela ainda reconhece que apesar dos percalços, o trabalho da PC/TO avança e tem se destacado. “A Polícia Civil continua tendo importância primordial, visto que é a primeira garantidora dos direitos humanos, em especial no nosso Estado, a Polícia Civil é guerreira, mesmo em situações de recursos escassos, se reinventa e atua com brilhantismo, buscando sempre apresentar os melhores resultados para a sociedade tocantinense”, conclui Elaine.

Um trabalho que requer reciprocidade

Caroline de Oliveira Lemos Boaventura Mota também é Papiloscopista, lotada no 2° Núcleo Regional de Papiloscopia, em Araguaína. No início da carreira profissional, em 2009, atuou em Gurupi, e em 2018 foi transferida para o Norte do estado. A escolha pela profissão veio após a graduação e o que ela mais admira na sua função é por ser um meio eficaz de elucidar autorias de crimes.

Segundo Caroline, para alcançar bons resultados, a profissão requer parceria. “O companheirismo, respeito e amizade contam muito em todos os locais de trabalho, mas acredito que na nossa profissão, sendo Policiais e plantonistas, a ajuda e amparo mútuo são imprescindíveis. Um trabalho individualizado não leva a resultados satisfatórios”, considera.

Ela ainda acrescenta fatores fundamentais que resultaram em motivação durante a carreira profissional. “O momento mais motivador durante todos esses anos foi começar a ter laudos positivos de autorias em locais de crimes, que só foi possível através do trabalho em equipe feito pelo Núcleo de Papiloscopia de Araguaína e do aprimoramento dos meios tecnológicos de comparação de impressões digitais”, relembra Caroline.

Para a presidente do SINPOL-TO, Suzi Francisca, “a responsabilidade que esses profissionais possuem é indispensável para a sociedade. Caso contrário, se não existe a Papiloscopia, como teríamos identificação? Como a identidade dos criminosos seria descoberta? A quem as famílias recorreriam sobre o desaparecimento dos seus entes queridos? Essa profissão, assim como as demais da Polícia Civil, merece o devido reconhecimento pela excelência e prontidão em atender as necessidades da população”, disse Suzi.

Inovação: Nova identidade

E o trabalho da Papiloscopia, no Tocantins, segue inovando e garatindo melhorias à população. Recentemente, no último dia 06 de abril, durante a live do lançamento do edital da Segurança Pública para implantação de Núcleos de Atendimento da Polícia Civil e/ou de Núcleos de Identificação Civil nos municípios foi apresentado o novo modelo da Carteira de Identidade ou Registro Geral (RG), que já está sendo emitido pelo Instituto de Identificação do Tocantins e seus núcleos regionais.

Esse modelo inclui meios inovadores para garantir a autenticidade do documento. Além de ser totalmente gratuita a emissão da primeira via, nesta identidade, o cidadão pode inserir informações bem como, tipo sanguíneo, nome social, número do título de eleitor, da carteira nacional de habilitação; da carteira de trabalho; do cartão nacional de saúde; do certificado de serviço militar e informar se é pessoa com deficiência (PcD).

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP/TO), o novo modelo segue o padrão nacional, estabelecido pelo Decreto Federal nº 9.278/18, que estipulou o cumprimento a partir de 1º de março de 2021, tendo prorrogado o prazo para 1º de março de 2022 (Decreto Federal nº 10.636/21).

Fotos: Arquivo pessoal 

Texto: Ascom SINPOL-TO